Textos Católicos

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Os meios para um apostolado efetivo – contra o naturalismo moderno

Posted by Alexandre Pinheiro em 02/10/2009

Tratando do zelo pela conversão das almas no apostolado, o Pe. Tanquerey tem algumas considerações bem valiosas sobre os meios mais eficazes para conseguir o fim intentado; considerações essas que esbarram no apostolado praticamente naturalista que hoje vemos nas paróquias, apostolados sem vida interior, uma total “heresia das obras”.

“A primeira coisa a lembrar é que os meios empregados na prática do zelo diferem em efetividade e importância; existe entre eles uma hierarquia, sendo oração e sacrifícios os mais efetivos. O exemplo segue logo depois na ordem, palavras e ação tendo o último lugar. O exemplo de Nosso Senhor é bastante para nos convencer disso. Toda sua vida foi uma contínua oração e um contínuo sacrifício. Ele começou praticando o que ensinou aos outros, levando uma vida escondida por trinta anos antes de se dedicar a um ministério de apenas três anos de duração. Levemos em consideração o caminho tomado pelos apóstolos, que delegaram aos diáconos várias obras de caridade para que pudessem se dedicar mais amplamente à oração e à pregação do Evangelho “Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra” (Atos, VI, 4; caveat: Bíblia Ave Maria). Deixemos as palavras de São Paulo ecoarem em nossos ouvidos: “Assim, nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas só Deus, que faz crescer” (I Cor III, 7; caveat: Bíblia Ave Maria).

(The Spiritual Life, Pe. Adolphe Tanquerey, Tan Books, 2000, p. 293-294)

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Da sã intransigência católica em oposição à falsa caridade liberal

Posted by Alexandre Pinheiro em 26/08/2009

Capítulo XXI

“Intransigente! Intransigência! Assim ouço exclamar uma parte de meus leitores, que mais ou menos se ressentem de Liberalismo, depois da leitura do capítulo anterior.

Que modo tão pouco cristão de resolver a contenda! São ou não próximos, como quaisquer outros, os liberais? Onde vamos parar com estas idéias? Como tão descaradamente se recomenda, contra eles, o desprezo da caridade?

“Cá temos a coisa!” exclamaremos por nossa vez. Já se nos lança em rosto a tal “falta de caridade”. Vamos, pois, responder a este reparo, que é para alguns o verdadeiro cavalo de batalha da questão. Se o não é, serve ao menos a nossos inimigos de verdadeiro baluarte em nossas polêmicas. É, como muito a propósito disse um autor, fazer belamente servir a caridade de barricada contra a verdade.

Discriminemos antes de mais nada o que significa a palavra caridade.

A teologia católica nos dá a definição por boca do mais autorizado órgão da propaganda popular, o sábio e filósofo Catecismo. “Diz assim: Caridade é uma virtude sobrenatural que nos inclina a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus.

Desta definição, depois da parte que se refere a Deus, resulta que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, e isto não de qualquer maneira, mas em ordem e com sujeição à lei de Deus e por amor de Deus.

Ora bem; o que é amar? Amare est velle bonum, diz a filosofia. “Amar é querer bem a quem se ama.” E a quem diz a caridade que se há de amar ou querer bem? – Ao próximo, isto é, não a tal ou tal homem, mas a todos os homens. E qual o bem que se lhes há de querer para que resulte verdadeiro amor? – Primeiramente, o bem supremo de todos, que é o bem sobrenatural; depois, os demais bens de ordem natural, não incompatíveis com aquele. O que tudo vem a resumir-se naquela frase: “por amor de Deus” e outras mil de análogo sentido e teor.

Segue-se, pois, que se pode amar e querer bem o próximo (e muito) desgostando-o, contrariando-o, prejudicando-o materialmente, e até privando-o da vida em certas ocasiões. Tudo se reduz a examinar se naquilo em que se desgosta ou contraria ou mortifica, se obra ou não em seu bem, ou de outro que tenha mais direito que ele a este bem ou simplesmente em maior serviço de Deus.

1º – Ou em seu bem. – Se claramente se vê que desgostando e ofendendo o próximo, se obra em seu bem, claro está que se ama ainda naquilo que para seu bem se desgosta e contraria. Assim ama-se o enfermo abrasando-o com o cautério, ou cortando-lhe a gangrena com o bisturi; ama-se o homem mau corrigindo-o com a repressão ou com o castigo, etc. Tudo isso é excelente caridade.

2º – Ou em bem de outro próximo que tenha melhor direito. – Sucede freqüentemente que é preciso desgostar a um, não em seu próprio bem, mas para livrar de um mal a outro a quem o primeiro procura causá-lo. Neste caso é lei de caridade defender o agredido da agressão injusta do agressor, e pode-se fazer mal a este quanto seja preciso ou conveniente para defesa daquele. Assim sucede quando em defesa do viandante a quem o ladrão acomete, se mata este. E então matar ou danificar, ou ofender de qualquer outro modo o injusto agressor, é ato de verdadeira caridade.

3º – Ou maior serviço de Deus. – O bem sobre todos os bens é a gloria divina, como o próximo sobre todos os próximos é para o homem o seu Deus. Por conseguinte, o amor que se deve aos homens como próximos, deve entender-se sempre subordinado ao que devemos todos ao nosso comum Senhor. Para seu maior serviço, pois, se deve (se é necessário) desgostar os homens e (se ainda é necessário) feri-los e matá-los. Atenda-se à força dos parêntesis – se é necessário – para indicar o caso único em que exige tais sacrifícios o serviço de Deus. Assim como em guerra justa se ferem e matam homens em serviço da pátria, assim se podem ferir e matar em serviço de Deus; e assim como, segundo a disposição da lei se podem justiçar por infração do Código humano, assim numa sociedade catolicamente organizada se podem justiçar por infração do Código divino, no que este obriga no foro externo; o que justifica plenamente a tão amaldiçoada Inquisição. E tudo isso (quando tais atos sejam necessários) são atos de virtude e podem ser mandados pela caridade.

Não o entende assim o Liberalismo moderno, porém entende mal. Por isso tem e dá aos seus uma falsa noção de caridade, e ataranta e apostrofa a todas as horas os católicos firmes com a decantada acusação de intolerância e intransigência. A nossa fórmula é muito clara e concreta. É a seguinte: A suma intransigência católica é a suma caridade católica: em ordem ao próximo por seu próprio bem, quando por seu próprio bem se confunde, envergonha, ofende ou se castiga; em ordem ao bem alheio, quando para livrar o próximo do contágio de um erro, se desmascaram seus autores e fautores, se lhes chama por seus verdadeiros nomes de maus e malvados, se fazem aborrecer e desprezar como devem ser, se denunciam à execração pública e se é possível, ao zelo da força social encarregada de oprimi-los e castigá-los; em ordem, finalmente, a Deus, quando para sua glória e serviço se torna necessário prescindir de todas as considerações, saltar todas as valas, afrontar todos os respeitos, ferir todos os interesses, expor a própria vida e a dos que seja preciso para tão alto fim.

E tudo isto é pura intransigência no verdadeiro amor, e por isso suma caridade, e os sectários desta intransigência são os heróis mais sublimes da caridade, como o entende a verdadeira religião. E porque há poucos intransigentes, há hoje poucos deveras caritativos. A caridade liberal hoje em moda é, na forma, o afago, a condescendência e o carinho; porem no fundo, é o desprezo essencial dos verdadeiros bens do homem e dos supremos interesses da verdade e de Deus”.

(O Liberalismo é Pecado, de D. Felix Sardá y Salvani, 1949. Ed. Companhia Editora Nacional, pp. 80-84).

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O combate contra os hereges

Posted by Alexandre Pinheiro em 21/08/2009

“Capítulo XXIII

SE É CONVENIENTE AO COMBATER O ERRO COMBATER E DESAUTORIZAR A PERSONALIDADE DO QUE O SUSTENTA E PROPALA

Dir-se-á porém: “Conceda-se isso com respeito às doutrinas em abstrato. Mas será conveniente ao combater o erro, por maior que o seja, cevar-se e encarniçar-se contra a personalidade do que o sustenta?”

Responderemos que muitas vezes sim, é conveniente e não só conveniente, mas até indispensável, e meritório diante de Deus e da sociedade. E ainda que bem pudesse deduzir-se esta afirmação do que anteriormente havemos exposto, queremos, todavia, tratá-la aqui ex professo, pois é grande a sua importância.

Com efeito, não é pouco freqüente a acusação que se faz ao apologista católico de ocupar-se sempre das pessoas, e quando se lança em rosto a um dos nossos o atacar uma pessoa, parece aos liberais e aos contaminados de Liberalismo que já não há mais que dizer para condená-lo.

E, não obstante, não têm razão; não, não a têm. As idéias más hão de ser combatidas e desautorizadas; é preciso torná-las aborrecidas, desprezíveis e detestáveis à multidão, a essa que intentam embair e seduzir. Mas quer o acaso que as idéias não se sustentem por si mesmas no ar, nem por si mesmas fazem todo o dano à sociedade. São como as flechas ou balas, que a ninguém iriam ferir, se não houvesse quem as disparasse com o arco ou com a espingarda.

Ao atirador se devem, pois, dirigir primariamente os tiros do que deseje destruir a sua mortal pontaria; e qualquer outro modo de fazer a guerra será tão liberal como queiram, porém, não terá sentido comum. Soldados com armas de envenenados projéteis são os autores e propagandistas de doutrinas heréticas; suas armas são o livro, o jornal, o discurso público, a influência pessoal.

Não basta, pois, desviar-se para evitar o tiro, não; o principal e mais eficaz é deixar inabilitado o atirador. Assim, convém desautorizar e desacreditar o seu livro, periódico, ou discurso; e não só isso, senão desautorizar e desacreditar em alguns casos a pessoa. Sim, a pessoa, porque é este o elemento principal do combate, como o artilheiro é o elemento principal da artilharia, e não a bomba, a pólvora ou o canhão.

Pode-se, pois, em certos casos, trazer a publico suas infâmias, ridicularizar seus costumes, cobrir de ignomínia o seu nome e apelido. Sim, senhor; e pode-se fazer em prosa ou em verso, a sério ou brincando, em gravuras e por todas as artes e processos que no futuro possam inventar-se.

Somente se deve ter em conta que não se ponha a mentira ao serviço da justiça. Isso não; ninguém neste ponto se afaste um só ápice da verdade, porém, dentro dos limites desta, recorde-se aquele dito de Cretineau-Joly: – A verdade é a única caridade permitida à história; e poderia acrescentar: À defesa religiosa e social.

Os mesmos Santos Padres, que temos citado, provam esta tese. Até os títulos de suas obras dizem claramente que, ao combater as heresias, o primeiro tiro procuravam dirigi-lo contra os heresiarcas. Quase todos os títulos das obras de Santo Agostinho se dirigem ao nome do autor da heresia: Contra Fortunatum manichaeum; Adversus Adamancium; Contra Felicem; Contra Secundinum; Quis fuerit Petilianus; De gestis Pelagii; Quis furiet Julianus, etc. De sorte que quase toda polêmica do grande Agostinho foi pessoal, agressiva, biográfica, por assim dizer, tanto como doutrinal; corpo a corpo com o herege, como contra a heresia. E assim poderíamos dizer de todos os Santos Padres.

Onde foi, pois, o Liberalismo buscar a novidade de que ao combater os erros se deve prescindir das pessoas e até animá-las e acariciá-las? Firmem-se no que ensina neste ponto a tradição cristã, e deixem-nos a nós, os ultramontanos, defender a fé como se defendeu sempre a Igreja de Deus. Penetre, pois, a espada do polemista católico, fira e vá direto ao coração, que esta é a única maneira real e eficaz de combater!”.

(O Liberalismo é Pecado, de D. Felix Sardá y Salvani, 1949. Ed. Companhia Editora Nacional, pp. 89-91).

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Exame de consciência para confissão – bastante completo

Posted by Alexandre Pinheiro em 20/08/2009

Transcrevo abaixo um exame de consciência bastante extenso, retirado do livro Consecration to Mary, do Pe. Helmut Libietis (www.angeluspress.org).

É meu desejo que possa auxiliar alguém a fazer uma boa confissão.

Preliminar
Há quanto tempo você fez sua última confissão geral? (Uma confissão geral é recomendada, mas não é obrigatória – consulte seu padre confessor caso tenha dúvidas sobre o que fazer).
Você recebeu absolvição?
Você cumpriu sua penitência?
Você deliberadamente ocultou um pecado mortal, ou confessou sem arrependimento verdadeiro, ou sem um firme propósito de correção, ou sem a intenção de cumprir sua penitência?
Você, após essa má confissão, recebeu a Santa Comunhão em estado de pecado mortal?
Quantas dessas Confissões e Comunhões sacrílegas você fez?
Você, em estado de pecado mortal, recebeu qualquer outro Sacramento?

PRIMEIRO MANDAMENTO:
Eu Sou o Senhor Teu Deus, Não Terás Outros Deuses Diante de Mim

Você negou a Fé Católica, abertamente a rejeitou, ou falou contra quaisquer doutrinas da Igreja Católica?
Você perdeu a crença ou deliberadamente entregou-se a dúvidas sobre qualquer artigo de Fé, ou sugeriu ou encorajou tais dúvidas em alguém?
Você traiu a Fé Católica por dizer que todas as religiões são boas, que um homem pode escolher ser salvo em qualquer religião, seja qual ela for?
Você leu uma Bíblia Protestante, tratados ou livros heréticos, os vendeu ou os emprestou?
Você freqüentou ou juntou-se a algum culto falso? Você tocou ou cantou em locais de falso culto? Você ouviu pregadores ou palestras heréticas ou pagãs? Quantas vezes?
Você expôs sua Fé a perigos através de associações malignas? Você se juntou a qualquer sociedade secreta proibida pela Igreja? Você ainda pertence a ela? Você, por sua própria culpa, permaneceu ignorante sobre as doutrinas e deveres da sua religião?
Você ficou muito tempo – um mês inteiro, ou mais – sem fazer qualquer oração, ou sem ter feito qualquer ato de devoção a Deus?
Você cometeu um pecado em um local sagrado, na igreja, no cemitério? Você foi culpado de grande irreverência na Igreja, por conversa indecente, por um modo inapropriado de se vestir, ou por qualquer outro comportamento impróprio?
Você se consultou com alguma pessoa para conhecer o futuro, ou seriamente fez uso de práticas supersticiosas, poções de amor, encantos, ferraduras, horóscopos etc., leu, deu, emprestou ou vendeu livros sobre esses assuntos?
Você pecou e permaneceu em pecado, pensando que por Deus ser bom, Ele é compelido a perdoá-lo?
Você deu vazão ao desespero?
Você idolatrou alguém dos esportes, ou de qualquer outra atividade, ou outra criatura?
Você se envergonhou da sua fé?

SEGUNDO MANDAMENTO:
Não Tomarás o Nome do Senhor Teu Deus em Vão

Você foi culpado de blasfêmia por palavras raivosas, injuriosas ou insultantes contra Deus ou quaisquer uma de Suas perfeições, ou contra a Igreja Católica, Maria, a Virgem Santíssima, ou quaisquer santos? Você já odiou Deus?
Você pronunciou, de modo blasfemo ou desrespeitoso, ou com raiva, o Santo Nome de Deus, o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou abusou das palavras das Santas Escrituras por meio de qualquer pedido indecente ou grosseiramente desrespeitoso?
Você jurou falsamente? Você o fez em prejuízo do seu próximo? Você se juntou a alguma sociedade secreta na qual havia algum juramento? Quantos juramentos você fez na sociedade? Você fez um juramento para se vingar ou para cometer algum outro crime? Você induziu outros a jurar falsamente ou desnecessariamente, ou a quebrar algum juramento lícito?
Você amaldiçoou a si mesmo ou a outros? Você quis dizer o que disse? Esse pecado foi habitual?
Você fez qualquer voto irrefletidamente? Você quebrou ou negligenciou um voto lícito, ou o mudou sem permissão?

TERCEIRO MANDAMENTO:
Lembra-te de Manter Santo o Dia do Senhor

Os Preceitos da Igreja
1. Assistir à Missa aos Domingos e em Dias Santos.
2. Jejuar e se abster nos dias apontados.
3. Confessar seus pecados pelo menos uma vez por ano.
4. Ir à Comunhão durante a época da Páscoa.
5. Contribuir para a manutenção da Igreja.
6. Observar as leis da Igreja com relação ao casamento.

Você perdeu Missa aos domingos e nos Dias Santos, sem motivo grave, ou chegou atrasado, ou saiu antes da Missa terminar? Você conversou, riu ou não prestou atenção na Missa?
Você esteve habitualmente ausente durante os sermões e as instruções?
Você realizou trabalho servil desnecessário durante domingos ou Dias Santos, ou fez com que outros trabalhassem?
Você profanou estes dias, por freqüentar companhia impiedosa, com diversões pecaminosas, jogos, dança indecente, ou excessos com bebida?
Você, sem necessidade, comeu carne ou fez com que outros comessem carne em dias de abstinência? Você quebrou as leis do jejum?
Você negligenciou contribuição, de acordo com os seus meios, para o apoio da Igreja e de Seus sacerdotes?
Você se casou perante um magistrado civil, ou até mesmo perante um pregador herético?
Você, sem a dispensa da Igreja, casou-se com um parente ou uma pessoa não-católica?
Você contraiu matrimônio que de qualquer forma seja proibido pela Igreja?

QUARTO MANDAMENTO:
Honra Teu Pai e Tua Mãe

Você já desdenhou, ou até mesmo odiou seus pais, desejou a morte deles, ou esperou que qualquer outro infortúnio lhes acontecesse?
Você os insultou, zombou, ridicularizou ou amaldiçoou?
Você os ameaçou, ou mesmo levantou sua mão para atingi-los?
Você os desobedeceu e gerou problemas sérios quando eles o proibiram de manter má companhia, de ler maus livros e jornais, entre outras coisas? Você dolorosamente afligiu seus pais por causa de sua ingratidão ou má-conduta?
Você, enquanto ainda menor, prometeu ou mesmo contraiu matrimônio sem o conhecimento e consentimento de seus pais?
Você os negligenciou ou se recusou a ajudá-los em suas necessidades? Você se envergonhou deles por causa de sua pobreza, classe ou aparência?
Você realizou fielmente o seu último pedido? Você negligenciou suas orações por eles?
Você foi desrespeitoso e desobediente com seus superiores espirituais, com o Papa, os bispos e os padres da Igreja? Você se comportou de maneira soberba e insultante em relação a eles? Você recusou a rezar por eles, ou pela conversão deles?
Você reza pelo seu país, pelo seu governo? Você pôs o país acima de Deus?
Você tomou parte com questões subversivas (atividades revolucionárias)? Você já se juntou a alguma associação Comunista ou Liberal?
Você resistiu às autoridades legais do seu país, tomando parte em alguma violência de multidão, ou perturbou a paz pública?

QUINTO MANDAMENTO
Não Matarás

Você, por atitude, participação, instigação, conselho, consentimento ou silêncio, foi culpado pela morte ou lesão física de alguém?
Você teve a intenção de ou tentou tomar a vida de outra pessoa?
Você foi culpado pelo pecado do aborto? Você aconselhou ou ajudou alguma outra pessoa a fazer um aborto?
Você teve a intenção de ou tentou tirar a própria vida?
Você prejudicou sua saúde por excesso com comida ou bebida?
Você ficou bêbado ou foi a causa da embriaguez de outros?
Você usou drogas? Você introduziu outros às drogas?
Você, por atitude, conselho ou consentimento, fez algo para impedir ou destruir uma vida?
Você desejou pela morte de seu próximo, ou que algum infortúnio acontecesse a ele? Você feriu, ou tentou ferir, ou tratou mal outras pessoas?
Você teve inimizade com o seu próximo? Você se recusou a falar com ele ou a saudá-lo? Você está reconciliado com ele?
Você já ficou extremamente irritado, além da razão? Você levou outras pessoas a sentirem raiva ou vingança?
Você, por meio de cobiça, paixão ou vingança, se engajou em opressão ou ação judicial injusta?
Você prejudicou a alma de outros por dar escândalo, destruindo a alma dessa pessoa por meio de mau exemplo? Você, por palavras ou intenções ruins, ou por mau exemplo, arruinou pessoas inocentes, ensinou-lhes maus hábitos ou coisas que elas não deveriam saber?
Você expôs você mesmo ou outros à tentação?
Você assistiu a filmes ruins? Escutou música ruim? Comprou e leu revistas más? Permitiu que seus filhos fizessem tais coisas?
Você se vestiu de modo inadequado ou indecente (minissaias, calças apertadas, decotes arrojados, blusas e saias transparentes, biquínis, etc.)?
Você jogou tentação no caminho do fraco? Você tentou dissuadir ou desencorajar aqueles que desejavam se arrepender e se reformar?
Você namorou quando não deveria, quando não era maduro o suficiente para se casar? Você ofendeu a Deus durante o seu namoro?
Você negligenciou em dar ajuda de acordo com seus meios, ou a aliviar aqueles em aflição?

SEXTO E NONO MANDAMENTOS:
Não Cometerás Adultério
Não Cobiçarás a Esposa do Próximo

Você deve mencionar as circunstâncias que mudam a natureza do seu pecado: o sexo, o relacionamento e a condição, o estado de casado, solteiro ou vinculado a um voto; e se era casado ou solteiro no momento de cometer o pecado?
Você, deliberadamente, teve prazer com pensamentos impuros ou imaginações, ou consentiu que eles estivessem no seu coração?
Você desejou deliberadamente ver ou fazer qualquer coisa impura?
Você fez uso de linguagem, alusões ou palavras de duplo sentido ou impuras? Quantos estavam lhe escutando?
Você ouviu com prazer deliberado à linguagem indecente? Você cantou ou ouviu canções indecentes?
Você se vangloriou da sua imoralidade?
Você leu livros ou jornais imorais, ou emprestou ou vendeu para outros? Você escreveu, enviou ou recebeu cartas ou mensagens impróprias? Você olhou com prazer deliberado objetos, imagens ou cartões imorais, ou os mostrou para outros?
Você se expôs voluntariamente a ocasiões de pecado por curiosidade pecaminosa, por manter companhia perigosa, por freqüentar locais perigosos, diversões perigosas ou pecaminosas; por danças indecentes ou jogos indecentes; por familiaridade indevida com pessoas do sexo oposto?
Você mantém companhia pecaminosa agora? Você viveu no passado, ou vive agora, com alguém que não é seu cônjuge aos olhos de Deus?
Você, pela liberdade dos seus modos, pela maneira indecente de se vestir etc., foi a causa de tentação de outros?
Você arruinou uma pessoa inocente por introduzi-la à imoralidade?
Você foi culpado por sedução ou estupro? Você atingiu seus objetivos por meio de uma falsa promessa ou de um falso casamento? Você se recusou a reparar a falta feita?
Você foi viciado em pecados sexuais solitários (masturbação)? Isso se tornou habitual?
Você cometeu pecados sexuais não naturais?
Você tomou parte ou facilitou os pecados de outros?
Você foi culpado do pecado de fornicação ou adultério?
Você usou controle de nascimento artificial? Você usou controle de nascimento natural sem motivo suficiente? Você tentou enganar a Deus e Sua Lei?

SÉTIMO E DÉCIMO MANDAMENTOS:
Não Roubarás
Não Cobiçarás as Coisas dos Teus Vizinhos

Quanto aos pecados de roubo, você deve contar ao padre, o mais exatamente possível, o valor do que você levou, ou a quantidade de danos causados pela sua injustiça, de modo que o padre possa julgar se seus pecados são mortais ou não, e que restituição você fez.
Você roubou dinheiro ou qualquer coisa de valor? Qual foi o valor? Ainda está em sua possessão? Quanto você levou de cada vez?
Você roubou qualquer coisa consagrada a Deus, ou de um lugar santo? Isso é um sacrilégio, assim como o roubo.
Você cobrou preços exorbitantes, ou produziu contas falsas, ou falsificou a qualidade dos seus produtos?
Você trapaceou em jogos? Você esteve no hábito de apostar? Caso afirmativo, até que ponto?
Você se engajou em especulações ou empreendimentos enganadores para o prejuízo do simples e do descuidado?
Você defraudou seus credores? Você foi culpado de falsificação ou de fraude? Você cobrou juros exorbitantes?
Você roubou os pobres?
Você passou dinheiro falso ou mutilado? Você foi culpado de oferecer ou receber suborno?
Você manteve coisas achadas sem pesquisar quem era o dono? Você reteve qualquer dinheiro que tenha sido confiado a você?
Você falhou em devolver coisas emprestadas? Você negligenciou o pagamento de suas dívidas? Você contraiu débitos sem nenhuma esperança razoável de pagá-los?
Você comprou, recebeu ou ocultou coisas que sabia serem roubadas?
Você causou ruína ou danos à propriedade de outros? Você permitiu que seus animais domésticos prejudicassem a lavoura do vizinho etc.?
Você desperdiçou o dinheiro do seu marido, esposa, pais etc. comprando vestidos ou jóias caras, em bebedeiras, em uso de drogas etc.? Você foi descuidado com coisas confiadas à sua incumbência?
Você recebeu dinheiro de trabalho ou de serviço que nunca realizou, ou que fez tão insatisfatoriamente que teve de ser feito novamente?
Você tentou ganhar sua causa por meio de suborno, ameaças, ou outros meios injustos?
Você prejudicou ou destruiu (com o uso de fogo, por exemplo) sua propriedade e manteve o dinheiro do seguro?
Você, nos seus tratos, tomou vantagem do simples, do pobre, do jovem e do inexperiente? Você fez negócios injustos com o pobre, ou com aqueles em aflição?
Você foi culpado de fraude ou apropriação indevida em qualquer serviço público ou consórcio privado?
Você causou qualquer dano ou perda por sua negligência, ou ignorância culpável, no exercício de sua profissão ou emprego?
Você, de alguma maneira, tomou parte em roubo, fraude ou injustiça de alguém? Você ocultou a injustiça de outros, quando era sua obrigação denunciá-la?
Você tentou, teve a intenção, ou deliberadamente desejou roubar, defraudar ou cometer qualquer tipo de injustiça?
Você, por meio de calúnia ou de outro meio injusto, fez com que qualquer um perdesse sua posição ou reputação?
Você votou em alguém que sabia ser inepto para o cargo?
Examine se você reparou toda a injustiça feita por você mesmo. Seus pecados não serão perdoados enquanto você recusar ou deliberadamente negligenciar fazer um reparo. Se o que você adquiriu injustamente não está mais em sua possessão, devolva o seu valor.
Se não puder devolver o valor inteiro, devolva pelo menos uma parte sem atraso. Se não puder devolver de uma vez, você deve ter a firme e sincera resolução de fazê-lo o mais breve possível e deve também procurar seriamente adquirir o meio de fazê-lo. A obrigação de restituição é compulsória até que seja totalmente exonerada. A restituição deve ser feita ao dono. Se o dono não puder ser achado, você deve dar o dinheiro aos pobres, à Igreja, ou a alguma caridade.

OITAVO MANDAMENTO:
Não Levantarás Falsos Testemunhos

Você fez juramento falso ou aconselhou outros a fazê-lo?
Você assinou papéis ou documentos falsos, ou forjou qualquer escrita? Que prejuízos você ocasionou desse modo?
Você foi culpado por mentira culposa e maliciosa? Você pôs em circulação, ou repetiu qualquer relato escandaloso, que sabia ou acreditava ser falso?
Você foi culpado de detração em problemas sérios, por tornar conhecidos os pecados ou defeitos secretos do seu próximo?
Você fez qualquer coisa para manchar reputação ou prejudicar os interesses dos outros?
Você causou mal-estar entre outros por comportamento mentiroso? Você revelou algum segredo importante ou profissional?
Você, sem a devida permissão, leu cartas endereçadas a outras pessoas?
Você empreendeu-se para reparar o mal que cometeu, por contradizer seus falsos relatos? Você honestamente tentou restaurar o bom nome que você prejudicou?
Você falou contra um membro do clero, porque ele é consagrado a Deus? Isso também é um sacrilégio.
Você foi culpado de suspeitas injustas e julgamento imprudente?

OS SETE PECADOS CAPITAIS
Orgulho, Avareza, Luxúria, Inveja, Glutonia, Raiva, Preguiça.

OS SEIS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
(1) Desesperar-se de sua própria salvação; (2) presumir ser salvo sem méritos; (3) resistir à verdade conhecida; (4) ter inveja do mérito de outros; (5) ser obstinado pelo pecado; (6) morrer impenitente.

OS DEVERES PARTICULARES DE SEU ESTADO
Pais e Guardiões

Você falhou em sempre tomar o cuidado apropriado de vida e saúde de seus filhos? Você os expôs a grande perigo antes de seu nascimento? Você falhou em prover suas necessidades? Você lhes forneceu roupas, alimento etc. apropriados? Você já os desertou?
Você falhou em ensiná-los um negócio ou profissão, de modo que eles pudessem ganhar um meio de vida honesto?
Você manifestou uma preferência injusta por um, em detrimento aos outros? Você foi negligente, indelicado ou mesmo cruel com seus filhos, enteados ou protegidos? Você forçou seus filhos a um estado de vida para o qual eles não tinham nenhuma vocação? Você os impediu de seguir sua vocação para o estado religioso ou eclesiástico?
Você, sem motivo razoável, opôs-se à sua inclinação quanto ao casamento?
Você falhou em providenciar uma educação boa e Católica de acordo com os seus meios?
Você negligenciou em ensiná-los a fazer suas preces? Você negligenciou em inspirá-los, em sua tenra idade, com o amor de Deus e horror ao pecado?
Você atrasou muito o seu batismo? Você negligenciou em tê-los preparados e trazidos, na idade apropriada, à Confissão, à Comunhão e à Confirmação?
Você negligenciou a sua instrução religiosa, ou os enviou para escolas heréticas ou ímpias? Você falhou em levá-los para a Missa aos Domingos e em Dias Santos?
Você falhou em não fazê-los observar abstinência nos dias descritos?
Você os posicionou em uma situação em que eles não poderiam praticar a sua religião, ou em que a sua fé ou sua virtude estava em perigo?
Você expôs a sua inocência ao perigo ao permitir que crianças de sexos diferentes dormissem juntos, ou por mantê-los à noite no próprio quarto dos pais?
Você vigiou a sua conduta com cuidado? Você viu onde eles gastam seu tempo, com quais companhias eles se associam, e se eles estão viciados em qualquer vício secreto? Você lhes permitiu vaguear por onde quisessem? Você os confiou aos cuidados de servos sem religião ou de moral frouxa?
Você permitiu que eles lessem histórias impróprias, romances inúteis e outros livros perigosos? Você lhes permitiu tomar parte em diversões pecaminosas e perigosas, ou assistir programas de TV de má qualidade?
Você permitiu que eles namorassem quando não eram maduros o suficiente, ou quando não eram velhos o bastante para se casarem?
Você permitiu que eles tivessem liberdade desnecessária com pessoas de outro sexo, visitas solitárias, ou em horas inapropriadas, ou que ficassem fora de casa até tarde da noite? Você permitiu danças indecentes na sua casa? Você permitiu que eles dançassem indecentemente?
Você falhou em corrigi-los e puni-los quando eles mereciam? Você permitiu que eles falassem mal ou usassem linguajar impróprio sem puni-los?
Você, por meio de indiferença ou afeição desviada, os deixou sem restrições? Você, ao contrário, os amaldiçoou com raiva, os tratou brutalmente, os exasperou ou os escandalizou mediante linguajar violento e rude, nomes abusivos etc.?
Você os escandalizou com maus exemplos, por negligenciar a sua religião?

Casados
Você adquiriu matrimônio por motivos maus ou não-Católicos?
Você, por sua conduta, foi causa de ciúme e aflição para a sua esposa?
Você profanou a santidade do matrimônio por abusar, ou tentar impedir a sua finalidade permitida – a saber, a procriação de filhos?
Você pecou contra outros por meio de palavras irritadas, nomes ultrajantes, ou mesmo discussões e bofetadas?
Você, sem uma causa justa e sem permissão legal, abandonou sua esposa na vida, vivendo separadamente ou permanecendo ausente por muito tempo?

Marido
Você tem sido fiel aos seus votos matrimoniais?
Você tratou sua esposa de maneira rude, cruel ou tirânica, bateu nela, ou abusou dela na sua irritação? Você a fez infeliz por meio de sua frieza, mesquinharia, negligência e conduta insensível, ou por passar muito do seu tempo de lazer fora de casa? Você falhou em tratá-la com atenção e tolerância, quando ela estava em uma situação delicada?
Você a compeliu a agir contra a sua consciência para pecar contra as leis da natureza no ato matrimonial?
Você negligenciou o sustento de sua esposa e de seus filhos? Você desperdiçou seus ganhos, ou a propriedade de sua esposa?
Você causou discórdia por causa de seu egoísmo e ciúme, ou por causa de sua conduta não cordial com os parentes dela?
Você tornou sua casa desagradável por causa de seu temperamento ruim, linguajar abusivo e apontamento de erros, ou por aflições fingidas ou imaginárias?

Esposa
Você quebrou seus votos matrimoniais? Você foi causa de ciúme por causa de sua leviandade, ou por tentar conseguir admiração e afeição dos outros?
Você, sem o conhecimento de seu marido, fez gastos inúteis e extravagantes para si mesmo ou seus parentes?
Você causou discórdia por causa de seu egoísmo e ciúme e sua conduta não amigável para com os parentes dele?
Você foi respeitosa e obediente a ele em todas as coisas razoáveis e permitidas?
Você tornou sua casa desagradável por causa de seu temperamento ruim, linguajar abusivo e apontamento de erros, ou por aflições fingidas ou imaginárias?
Você, sem motivos justos, recusou-lhe seus direitos matrimoniais? Você o induziu a ofender Deus e a agir contrariamente às leis da natureza no domínio sexual?
Você fez sua parte quanto ao sustento da família, ou você, ao contrário, tem sido ociosa e negligente com suas tarefas de casa?

Estudantes
Você falhou em estudar seriamente e com diligência? Você falhou em gastar tempo suficiente em seus estudos? Você perdeu um exame por causa de preguiça?
Você abusou da liberdade que tem no colégio ou na universidade, pelo fato de estar longe de sua família?
Você gastou muito dinheiro em coisas e entretenimentos inúteis?
Você gastou muito do seu tempo em treinamento intelectual, esquecendo-se de sua vida espiritual?
Você falhou em evitar as más influências de quaisquer professores, livros ou companhias prejudiciais? Você falhou em agir como Católico com os seus conhecimentos? Você teve vergonha de sua fé?

Meninos e Meninas
Você tem sido útil, ajudando nos serviços de casa, ou, ao contrário, tem sido um obstáculo?
Você tem se preocupado muito com sua aparência, e gasta muito tempo com essas frivolidades?
Você tem se vestido decentemente, com dignidade, simplicidade, e modéstia? Você é superficial e mundano?
Você se colocou em qualquer ocasião de pecado em sua vida, ou você é uma ocasião pecado para alguém?
Você tem cultivado sua inteligência com boa leitura, ou tem perdido seu tempo com romances, revistas, televisão, ou esportes em demasia?
Você tem controlado seus desejos com o espírito de sacrifício, abnegação de si mesmo e caridade?
Você tem sido o mestre de seu coração, seus sentimentos e pensamentos?

Empregadores
Você tem tratado seus empregados e servos de modo áspero ou tirânico? Você os tem sobrecarregado com trabalho, ou os obrigou a cumprir tarefas desnecessárias em domingos ou dias santos? Você os manteve fora da Missa nesses dias?
Você tem sempre lhes providenciado alimentos apropriados e suficientes, e tem lhes tratado gentilmente durante a doença? Você os demitiu injustamente antes do tempo concordado? Você lhes recusou seus impostos, negligenciou seu pagamento, ou tirou vantagem de sua pobreza ou simplicidade para ocupá-los com prazos duros ou injustos?
Você falhou em encorajá-los e exortá-los a manter-se afastados do pecado e de situações perigosas, de ir regularmente à Missa, de freqüentar os Sacramentos? Você foi de algum modo uma causa de pecado para eles?
Você falhou em zelar pela sua moral? Você os fez sofrer para manter companhia imprópria ou até altas horas?
Empregados
Você falhou em servir seus empregadores diligentemente e fielmente? Eles sofreram qualquer prejuízo ou dano por sua culpa, negligência, roubo ou esbanjamento?
Você reteve parte do que eles lhe deram para fazer compras, ou tomou qualquer coisa sob o pretexto de que seu salário é muito baixo? Quanto?
Você relevou desnecessariamente os defeitos de seus empregadores, semeou discórdia no trabalho ou em suas famílias, ou foi a causa, mediante reclamações falsas ou maliciosas, de outros empregados sendo exonerados?
Você está em uma situação em que a sua Fé e suas morais estão em perigo, ou onde você não tem a oportunidade de desempenhar suas obrigações religiosas?
Você foi conivente ou ajudou seus empregadores em seus crimes? Você imprimiu, vinculou, ou vendeu livros ou jornais contra a fé ou as morais?

Magistrados e Funcionários Públicos
Você falhou em cumprir fielmente os deveres de seu cargo?
Você, por fraqueza, respeito humano, desejo de popularidade e ânsia por vantagens de ofício e pessoais, traiu os interesses públicos, ou sacrificou os direitos de um indivíduo, tolerou que um crime não fosse verificado e punido? Em que sentido?
Você recebeu direta ou indiretamente subornos, ou permitiu ser influenciado por promessas ou presentes, na administração de justiça, ou em sua conduta oficial?
Você extraviou fundos públicos, ou os usou para sua própria vantagem? Você enriqueceu-se ou enriqueceu seus amigos à custa do público por meio de contratos injustos? Em que sentido e em que quantidade?
Você abusou do seu poder oficial para gratificar vingança, para favorecer seus amigos, ou para proteger ou ajudar o maligno?
Você negligenciou a causa dos pobres, do inocente, do indefeso e do oprimido?
Você fez escândalo por abertamente negligenciar e desconsiderar sua santa religião e suas obrigações como Católico?

Advogados, Tabelionatos e Escrivães

Você advogou alegações injustas ou sustentadas por uma causa injusta? Você obteve uma decisão injusta? Você sabidamente processou uma pessoa inocente?
Você prejudicou a causa do seu cliente por traição, ignorância ou negligência?
Você deu conselhos traidores, duvidosos ou desonestos? Você injustamente iludiu as esperanças de seu cliente, ou de outro modo encorajou um processo inútil?
Você foi culpado de fraude, suborno ou outras injustiças? Você proferiu falso testemunho, ou encorajou outros a cometer falso testemunho?
Você foi culpado de cometer fraude ao lavrar documentos ilegais, ou torná-los ambíguos, ou contrários às intenções das pessoas relacionadas?
Você falsificou, destruiu ou substituiu documentos? Você produziu faturas de custo falsas, reivindicou pagamentos injustos ou exorbitantes? O quanto você enganou dessa maneira?

Médicos e Cirurgiões
Você se responsabilizou pelo cuidado de um doente sem ter suficiente especialização ou experiência? Você foi negligente no tratamento de casos sérios ou extraordinários? Você pôs pessoas em perigo ao receitar remédios perigosos ou fazer experimentos cruéis em pacientes em hospitais ou em pobres?
Você falhou em consultar outros médicos quando necessário, ou fez escolha de algum específico por saber que condiria com seus erros?
Você causou despesas desnecessárias por meio de consultas desnecessárias, remédios inúteis, etc.?
Você seguiu as opiniões de outros contrários às leis de Deus, ou sancionou um curso de tratamento inapropriado? Que lesão corporal ou injustiça você causou desse modo?
Você realizou operações cirúrgicas além de sua especialização ou capacidade, ou as conduziu sem cuidado?
Você deliberadamente tirou a vida de uma criança? Você diretamente ou indiretamente providenciou, permitiu ou encorajou o aborto ou o pecaminoso controle de natalidade?
Você ensinou ou encorajou outros a impedir a concepção ou a praticar masturbação?
Você ensinou ou encorajou o uso, o abuso de drogas, licores etc.?
Você apressou a morte de alguém, a seu próprio pedido, ou a pedido de seus parentes? Você falhou em advertir os que estavam em perigo de morte, de modo que eles pudessem ter recebido os sacramentos a tempo?
Você fez uma criança morrer pagã sem receber batismo?

Farmacêuticos
Você vendeu qualquer remédio ou qualquer outro objeto para destruir a vida, para impedir a concepção, ou para excitar as paixões?
Você vendeu licores a beberrões? Você vendeu drogas para os que abusam de drogas?

Os Que Possuem um Hotel, Bar ou Casa Pública
Você debitou em excesso seu hóspede, ou adulterou seus licores? Em que quantidades, e com que freqüência? Você serviu álcool para beberrões, ou para aqueles particularmente bêbados, ou permitiu alguém a beber em excesso na sua casa ou local?
Você recebeu dinheiro de pessoas que estavam arruinando a própria família ao gastar o dinheiro?
Você fez de sua casa um local de dissipação aos domingos ou mesmo durante a Missa? Você permitiu apostas no seu estabelecimento, ou tolerou blasfêmia, obscenidade ou discussões?
Você permitiu que pessoas visitassem ou se alojassem para propósitos imorais? Você o tornou um local para encontros amorosos escandalosos, diversões pecaminosas, danças imodestas ou outros abusos pecaminosos?
Você manteve fotos ou jornais indecentes em sua casa? Você exibiu filmes indecentes? É o seu negócio uma ocasião de pecado para o seu próximo, ou prejuízo para a sua família e um obstáculo para a sua própria salvação?

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Por que sofrer (III – final) – o sofrimento dos inocentes

Posted by Alexandre Pinheiro em 14/08/2009

Finalmente, chegamos à razão do sofrimento dos inocentes, ou seja, a explicação do porquê que mesmo aqueles que não cometem os pecados graves que assolam um País devem se unir às outras pessoas na reparação dos pecados públicos.

Muitos apostatam da fé católica e deixam de acreditar em Deus porque não acham justo o sofrimento do inocente. Mas quem é totalmente inocente? As pessoas têm uma noção errada de inocência porque não têm noção do pecado.

E, na verdade, aquele que é inocente mesmo quer sofrer pelos outros.

“Por que o inocente deve sofrer?

Uma questão que termina sendo uma amarga tentação para muitas pessoas cuja fé é fraca e pouco iluminada surge em conexão com o que dissemos: por que os bons e virtuosos não são poupados nesses tempos [de castigos e calamidades], mas são compelidos a sofrer como os outros? Se Deus é justo, como Ele pode permitir que o inocente seja afligido com o culpado?

Há várias razões pelas quais Deus permite que o bom sofra em tempos de castigo público:

1. É certamente justo e correto que os bons auxiliem a Deus oferecendo a reparação necessária pelos pecados públicos, porque no tempo normal eles gozam juntamente com os seus concidadãos as bênçãos da paz, tranqüilidade e prosperidade nacional. Os seus interesses temporais são comuns, tanto no tempo de prosperidade quanto no de aflição.

2. Aqueles que são inocentes por não terem de fato tomado parte em pecados públicos não são, só por essa razão, completamente livres de culpa diante dos olhos de Deus. Muito frequentemente eles são culpados desses pecados de uma maneira indireta – de maneira acessória a eles, como se diz. Assim, eles podem ter cooperado com alguma forma de imoralidade, podem não ter protestado contra ela, podem ter negligenciado o uso de sua autoridade, ou influência, ou direito de votar, ou no impedimento de sua introdução, ou no conseguir sua remoção quando ela já estivesse introduzida, e isso tudo por meio de indiferença, respeito humano, medo de perseguição, perda de negócios ou razões semelhantes e sem valor.

3. Os sofrimentos dos bons têm um valor expiatório muito maior do que aqueles dos maus. Portanto, quanto mais pessoas boas puderem se juntar para fazer a expiação necessária, mais rapidamente ela será feita. Ademais, Deus é facilmente movido, em consideração pelo sofrimento dos bons, a mitigar bastante suas punições, e às vezes cessá-las completamente.

4. A visão do sofrimento dos bons por pecados que eles não cometeram é apta a promover a conversão e salvação dos maus, fazendo-os lembrar vivamente dos castigos mais rigorosos que a eles serão infligidos na vida futura. Se o pecado é punido de forma tão severa sobre os bons na terra, quanto mais o será sobre o pecador não arrependido na eternidade.

5. Esses sofrimentos dão aos bons oportunidade de fazer expiação completa de seus pecados pessoais. Pois não há alguém tão santo e tão confirmado em graça que não tenha cometido alguns pecados, ao menos veniais. “Até o justo cai sete vezes”, isto é, freqüentemente. Mas é uma lei imutável que todo pecado, mesmo o menor deles, deve ser expiado ou aqui ou depois, no Purgatório. Mas a expiação aqui feita é muito mais lucrativa do que a feita após a morte.

6. Suportar pacientemente o sofrimento indevido faz com que o bom se assemelhe a Jesus Cristo, que, apesar de perfeitamente inocente, tomou a si a tarefa de fazer reparação pelos nossos pecados e, com isso, abriu o Céu para nós. Se Ele não tivesse feito essa reparação, não poderíamos ser salvos. Ademais, o sofrimento inocente permite que o bom atinja os mais altos graus de graça e virtude, o que acarretará para eles um correspondente alto grau de glória eterna no Reino dos Céus”.

(FINAL)

(Why must I suffer, Pe. F.J. Remler, C.M., Loreto Publications, 2003, pp. 12-13).

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Por que sofrer (II)? As consequências dos pecados públicos

Posted by Alexandre Pinheiro em 13/08/2009

Publico abaixo a continuação do texto anterior, que tratou da expiação dos pecados públicos cometidos pelas nações. A clareza de visão intelectual do Pe. Remler, que publicou as linhas que traduzo abaixo, são tão impressionantes, que o que ele escreveu até parece uma profecia, tão bem se aplica aos nossos dias.

No último post da série, a ser publicado em seguida, ele tratará sobre o sofrimento do inocente dentro de uma sociedade pecaminosa.

“Nem é sempre necessário que Deus mande esse castigo para os pecados públicos como Ele enviou o dilúvio e a destruição de Jerusalém. Há muitos pecados que contêm em si mesmos as sementes de um futuro sofrimento público, como a semente do carvalho contém a gigantesca árvore. Se esses pecados prevalecerem por um tempo suficientemente longo, sem freio e sem arrependimento, eles devem produzir condições tais na ordem social de forma que tornem certas calamidades inevitáveis. Tome o caso, por exemplo, do pecado da educação sem Deus, ou seja, sem religião. Onde tal sistema for adotado, os seguintes resultados deverão ocorrerão: depois de duas ou três gerações, o conhecimento de Deus desaparecerá mais ou menos completamente entre o povo; o sentido do certo e do errado será perdido; o bem será chamado mal, e o mal, bem; não haverá respeito à lei moral; a depravação da juventude crescerá mais e mais; a desonestidade e a corrupção prevalecerão nos negócios, nos tribunais, nos legisladores e no próprio governo; tributos serão sonegados ou desaparecerão nos bolsos de inescrupulosos; grandes despesas serão necessárias para manter o número crescente de asilos, tribunais juvenis, reformatórios e prisões; não haverá segurança para honrar a propriedade e a vida; as relações entre o capital e o trabalho serão pressionadas até o máximo, de maneira que a violência e o derramamento de sangue serão inevitáveis; a vida familiar será perturbada pelo adultério, divórcio e amor livre; rivalidades nacionais, invejas e ódios, provocados por cobiça comercial crescerão cada vez mais intensamente, até que levem a guerras internacionais com sua miséria indescritível para milhões. As nações que semeiam vento colhem tempestade.

Os pecados públicos e nacionais devem ser expiados neste mundo pela simples razão de que não podem ser expiados no próximo. No mundo vindouro, famílias, cidades, províncias e nações não continuarão a existir como corporação. Lá, homens e mulheres existirão apenas como indivíduos, sem estar unidos por vínculos sociais, civis, políticos e nacionais, que são necessários nesta vida para o bem-estar e a preservação da raça humana. Na eternidade, eles gozarão individualmente dos frutos de suas vidas na terra – os bons possuirão o Reino de Deus no Céu, ao passo que os perversos sofrerão por seus atos maus no fogo do Inferno, que não pode ser debelado. Mas como os pecados públicos requerem expiação pública, e como essa expiação não pode ser feita na próxima vida, fica claro que ela deve ser feita deste lado da cova”.
(Continua)

(Why must I suffer, Pe. F.J. Remler, C.M., Loreto Publications, 2003, pp. 10-11).

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Por que sofrer? Pela expiação dos pecados públicos

Posted by Alexandre Pinheiro em 07/08/2009

Muitas pessoas perguntam por que sofrem; a não compreensão do sofrimento tem sido até causa de apostasia da única religião verdadeira. Por isso, apresentamos o texto abaixo, que fornece uma razão bastante atual para os nossos sofrimentos. Esse texto será dividido em 3 posts.

“Segunda razão.
Expiação dos pecados públicos e nacionais.

A segunda razão pela qual você deve sofrer, especialmente em tempo de calamidade geral, é: como membro da sociedade e cidadão de seu país, você deve se juntar com o resto [das pessoas] para a reparação e satisfação requeridas pela Divina Justiça para os pecados públicos e nacionais cometidos na comunidade em que você vive.

Por pecados públicos e nacionais, entendemos alguns pecados de natureza mais grave que são cometidos em escala tão grande e por tantas pessoas em uma comunidade, seja uma cidade, província ou nação inteira, que eles são atribuídos à comunidade como um todos e não somente àquele ou esse indivíduo. Pecados desse tipo são: apostasia da fé, irreligião e esquecimento de Deus; educação sem Deus da juventude; profanação do nome de Deus, imprecações, blasfêmias e perjúrios; profanação do Domingo; modas imodestas e escandalosas; artes, literatura e divertimentos imorais; divórcio e adultérios sancionados por lei iníquas do Estado; desonestidade, injustiça e opressão dos pobres, assassinatos e suicídio de raças; e, finalmente, orgias selvagens de grande imoralidade e licença sem freio que periodicamente desgraçam as festividades públicas e celebrações, ou que ocorrem em bailes, danças, banquetes e semelhantes.

Deus é extremamente paciente e tolera por muito tempo, e não inflige castigos gerais de bom grado, mesmo que sejam muito merecidos por uma comunidade. Ele prefere, na verdade, que seus filhos que o ofendem busquem perdão por meio de arrependimento e conversão oportuna. Ele esperou cem anos antes de mandar o dilúvio, que havia encarregado Noé de anunciar; Ele permitiu que 40 anos transcorressem entre a predição feita por Nosso Senhor da destruição vindoura de Jerusalém e o cumprimento da profecia pelos Romanos no ano 70; Ele poupou a cidade de Nínive integralmente porque seus habitantes imediatamente deixaram de pecar e se apressaram a fazer penitência com a pregação de Jonas.

Deus age dessa maneira até agora. Ele freqüentemente espera um longo tempo antes de infligir as cidades e nações pecaminosas os castigos mais pesados que as sua múltiplas iniqüidades pedem. Ele deseja poupá-las e tenta, portanto, em primeiro lugar, de todas as maneiras, chamá-los ao dever e a uma oportuna conversão e arrependimento. Mas se, apesar desses atrasos, elas obstinadamente recusarem a entrar em si e deixar o pecado; se continuarem em sua maldade, às vezes até pecando mais arrojadamente porque suas más ações não são punidas imediatamente, então deve chegar a hora na qual a media da iniqüidade foi completada até o transbordamento. Essa hora marcará o início de alguma visitação geral que cairá pesadamente sobre a comunidade culpada como uma punição justa de suas longamente continuadas transgressões à Santa Lei de Deus – enchentes destrutivas ou tempestades, conflagrações, terremotos; períodos de escassez ou fome; epidemias e pestilências; e, especialmente, os horrores de rebeliões e revoluções, de guerras civis e internacionais. A justiça divina usa esses males para a punição e correção do povo pecador da mesma maneira que um sábio pai de família usa a vara para o castigo e emenda de seu filho teimoso”.

(Continua)
(Why must I suffer, Pe. F.J. Remler, C.M., Loreto Publications, 2003, pp. 9-10).

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Ecumenismo IV – final

Posted by Alexandre Pinheiro em 31/07/2009

P. O que se deve pensar do raciocínio que afirma que as comunidades separadas são meios de salvação por causa dos elementos de santificação que elas trazem?
R. Esse raciocínio é um sofisma porque ele se baseia em algo que ocorre per accidens (por acidente) em razão das disposições pessoais de tal ou tal membro dessas comunidades, e ele [o raciocínio] pretende tirar disso uma conclusão sobre o valor próprio (per se) dessas sociedades. Com esse mesmo gênero de raciocínio, se poderia dizer que Judas é um santo e que ele realizou um ato eminentemente meritório ao entregar o Cristo, porque assim ele permitiu a redenção do gênero humano.

(…)

P. Essas religiões [hinduísmo, budismo, islamismo e judaísmo] não contêm, apesar de tudo, bons elementos?
R. Mesmo na ordem material, um bolo é julgado bom ou mal não somente em função dos elementos que ele contém, mas enquanto um todo; a má repartição de ingredientes em si excelentes pode ser suficiente para estragar o conjunto; a introdução de uma pitada errada pode piorar ainda mais; e a adição de algumas gotas de veneno arrisca pesar mais sobre o efeito final do que muita manteiga boa, boa farinha e bom chocolate. A fortiori [isso se aplica] na ordem espiritual. Uma religião não é somente uma aglomeração material de elementos: ela forma um todo (assim como um sistema científico ou filosófico, uma demonstração, etc.). Esse todo é bom ou mau, verdadeiro ou falso, enquanto um todo. E se ele é mau enquanto todo, pouco importam os bons elementos.

P. Não se pode realçar, apesar de tudo, as parcelas de verdade que contêm essas religiões?
R. Todo sistema errôneo contém parcelas de verdade; uma mentira evidente não teria adeptos. Mas essas verdades parciais são escravizadas pelo sistema falso que se apropriar delas (e que utiliza para seu proveito sua verossimilhança e sua força de sedução). Ademais, elas mesmas são falsificadas, pois ligadas a erros que deformam sua perspectiva.

P. Poderia nos dar um exemplo?
R. O Islamismo se apresenta como uma religião monoteísta. Esse aspecto justo e razoável (roubado à verdadeira religião) é grande parte de sua força. Mas esse monoteísmo é ferozmente antitrinitário. Verdadeiro em si, ele é falsificado pelo sistema errôneo do qual ele é escravo.

P. Não é verdade que as comunidades cismáticas ou mesmo os hereges conservam elementos de santificação?
R. É verdade que os protestantes conservam a santa Escritura (mais ou menos alterada), ou que os cismáticos orientais conservam os sacramentos. Mas a teologia tradicional designava essas realidades roubadas à Igreja Católica não como sendo “elementos de santificação” ou “elementos de Igreja”, mas, na verdade, como “vestígios” da verdadeira religião.

P. A substituição do termo vestígios pelos termos “elementos de Igreja” é importante?
R. Essa mudança de vocabulário não é inocente, pois a palavra “vestígios” exprimia uma verdade capital: os elementos roubados da Igreja Católica pelas comunidades separadas cessam, pelo fato mesmo [de serem roubados], uma realidade viva. Eles se tornam “ruínas”.

P. O sacramento do batismo dado em uma comunidade separada da Igreja pode, contudo, ser válido; a expressão “elementos de santificação” não é mais apropriada que o termo “ruína”?
R. É necessário distinguir cuidadosamente entre sacramento válido e sacramento frutuoso. Um sacramento pode ser válido sem ser frutuoso, ou seja, sem dar a graça, se ele encontra na alma um impedimento a essa graça.

P. Podeis precisar por um exemplo essa distinção entre sacramento válido e sacramento frutuoso?
R. O sacramento do matrimônio seria recebido validamente, mas não frutuosamente, por uma pessoa em estado de pecado mortal. Ela seria realmente casada, mas não receberia as graças habituais dadas por esse sacramento (e, ademais, cometeria um sacrilégio).

P. Em que consiste essa distinção entre sacramento válido e sacramento frutuoso no que se refere às comunidades heréticas ou cismáticas?
R. A distinção entre sacramento válido e sacramento frutuoso é importante porque pertencer ao cisma ou à heresia é, em si, um impedimento à graça. Isso implica que uma realidade sagrada, mesmo santa em si mesma, não pode ser um “elemento de santificação” na medida em que está dentro de uma comunidade separada da Igreja. Essa comunidade é, em si, um impedimento à eficácia santificante do elemento que ela tomou.

P. Não há, entretanto, casos nos quais os sacramentos conferidos fora da Igreja possam ser frutuosos (ou seja, dar a graça)?
R. Os sacramentos dados fora da Igreja só podem ser frutuosos no caso em que a pessoa que os recebe não adira formalmente à heresia ou ao cisma. (É o caso, por exemplo, de crianças que não têm ainda o uso da razão; ou de pessoas que estão no que chamamos de “ignorância invencível”). Nesse caso, mesmo se o sacramento é recebido materialmente em uma comunidade separada, a pessoa só o recebe de maneira frutuosa porque ela escapa, por sua intenção (“in voto”), àquela comunidade.

(…)

P. Podeis citar, sobre esse assunto, um outro Padre da Igreja?
R. São Beda, o Venerável, no seu Comentário sobre a primeira epístola de São Pedro, exprime essa verdade de uma maneira impressionante. Partindo da analogia feita por São Pedro entre o dilúvio e o Batismo, ele explica que para aqueles que são batizados fora da Igreja, a água do Batismo não é instrumento de salvação, mas de danação:
“O fato que a água do dilúvio não salva, mas mata aqueles que estão situados fora da arca, prefigura sem dúvida alguma que todo herege, mesmo tendo o sacramento do Batismo, não mergulha no Inferno por outras águas, mas precisamente por aquelas que elevam a arca nos céus”.

P. Não é exagerado dizer que o batismo recebido fora da Igreja é uma causa de danação?
R. A participação ativa à uma cerimônia religiosa de uma comunidade herética ou cismática é, em si, por sua própria natureza, um assentimento à lei dessa comunidade. O próprio batismo se torna, então, nessas circunstâncias, pecaminoso e ocasião de escândalo. É por isso que São Beda o Venerável diz que a própria água do batismo é, nesse caso, causa de danação.
(Catéchisme Catholique de la Crise dans l’Église, Pe. Matthias Gaudron, 2ª ed., Sel de la terre, pp. 126-128 e 134-137).

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Ecumenismo III: as notas da Igreja e o bem integral

Posted by Alexandre Pinheiro em 23/07/2009

Todos sabem que a Igreja de Cristo, que é a Igreja Católica, tem 4 notas: unidade, santidade, apostolicidade e catolicidade. Uma nota é algo que faz a coisa ser notável, ou conhecida, com traços próprios. Por que a Igreja Católica tem 4 notas e não 5, ou 6, ou 3? A resposta está no princípio do bem integral, que vimos anteriormente.

Quando tratamos dele, vimos que o bem resulta de uma causa íntegra, daí ser necessário concluir que há deficiência de causa nos atos maus, como disse São Tomás. Disso, fica claro que a Igreja de Deus, já que procede diretamente de Deus, e que é, portanto, sumamente boa, deve resultar de causas integrais, ou seja, as quatro causas devem estar presentes nela.

A primeira causa de que geralmente se trata é a causa material; a causa material de alguma coisa é simplesmente a matéria ou material de que ela é feita. Assim, o mármore é a causa material de uma estátua; o bronze o é de outra. Todos os materiais que compõem a construção de uma casa (madeira, diferentes metais, vidros, concreto, etc.) são, junto, a causa material da casa. Ora, de que a Igreja é feita? De pessoas de todas as raças, de todas as línguas, etc. Vê-se, por conseguinte, uma conexão bem íntima entre causa material e catolicidade. (Aqui também se vê como a definição de Igreja como “Povo de Deus” não é completa, uma vez que compreende apenas a causa material da Igreja, como bem observa o Pe. Ripperger, FSSP.).

Causa formal, por seu turno, é aquilo que faz uma coisa ser o que ela é. Portanto, a forma do gato é que faz da matéria do gato um gato, assim como é a nossa alma que dá forma humana à nossa matéria. Portanto, a causa formal é aquilo que faz a matéria ser uma coisa específica. Ressalte-se que o termo forma, aqui, é utilizado em seu sentido filosófico. Ao nos referirmos à forma da cadeira não estamos querendo referenciar os contornos geométricos específicos de uma determinada cadeira, ou o desenho dela. Diferentes cadeiras, enquanto cadeiras, têm a mesma forma, em sentido filosófico. Tanto é assim que quem olha para duas cadeiras de desenho diferente irá, mesmo assim, saber que ambas são cadeiras (e não vai pensar que uma é cadeira e outra é mesa). Assim, a causa formal de uma casa é o princípio integrativo que junta os materiais dispersos e garante que eles são colocados de maneira a fazer uma casa, e não um celeiro ou uma escola primária, como diz D.Q Mcinerny. Portanto, a causa formal dá unidade à matéria e faz que a junção dela seja um ser único (um gato, um homem, uma cadeira, uma casa). Na Santa Igreja a causa formal relaciona-se, portanto, com a nota da unidade da Igreja.

A causa eficiente é aquilo que dá existência a alguma coisa. Deus é, obviamente, a primeira causa eficiente de todas as coisas. Mas há causas eficientes secundárias, como o artista, que esculpe a estátua, dando forma ao mármore. Aqui, a apostolicidade é a causa eficiente da Igreja, já que é por meio dela que há uma sucessão dos legítimos pastores, o que garante a origem divina da Igreja e sua contínua existência no tempo.

Por fim, a causa final responde à pergunta: por que tal coisa foi feita? E a Santa Igreja fio feita para dar maior glória a Deus pela santificação dos homens. Sua santidade, portanto, se refere à causa final.

Pelo princípio do bem integral, portanto, somente a Igreja de Cristo é boa, pois é integralmente boa, ao passo que as confissões heréticas e cismáticas, a despeito de alguns elementos materialmente bons, não o podem ser, pois não têm todas as notas da Igreja Católica, o que implica dizer que há defeito de causa.

(Esse raciocínio se pode ver, por exemplo, no artigo “Ecclésiologie Comparée”, do fr. Pierre-Marie, O.P., Revista Sal da Terra, n.º1, pp. 26-27).

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Ecumenismo II: os elementos de santificação e o bem integral

Posted by Alexandre Pinheiro em 21/07/2009

Depois de o Magistério ter deitado por terra a afirmação de que o que nos une aos protestantes e cismáticos é maior do que o que nos separa deles, faz-se necessário atacar outro fundamento do ecumenismo, qual seja, o dos ditos “dos elementos de verdade e santificação” presentes nessas outras confissões religiosas.

Nosso ataque se dividirá em duas partes. Em um primeiro momento, exporemos apenas o princípio condenatório dessa idéia; posteriormente, iremos discuti-lo um pouco mais aprofundadamente.

São Tomás irá nos auxiliar primeiro. O texto abaixo nos mostrará que é loucura elogiar os protestantes por causa dos “elementos de verdade” que eles possam possuir. A exposição que segue trata do princípio do bem integral, que diz que, para uma coisa ser boa, ela tem de ser integralmente boa (ou, filosoficamente, não pode ser defeituosa nas causas). Um defeito parcial na coisa pode torná-la má; não é necessário que ela seja integralmente má para que seja julgada má.

Vamos ao texto:

“Por exemplo, dar esmolas ao pobre ou amar a Deus é um ato intrinsecamente bom. Mas referir este ato a um fim desordenado, como cupidez ou vanglória, é um outro ato, que é mau e, contudo, os dois atos tornam-se um só pela ordenação de um ao outro. E o bem resulta de uma causa íntegra e completa, e o mau de todos os defeitos individuais [das causas], como diz Dionísio. E assim, se qualquer um dos dois, seja o ato ou a ordenação do ato ao seu fim, for mau, julgamos o todo mau, e não julgamos o todo ser bom a não ser que os dois [atos] sejam bons. Assim, só julgamos que um ser humano é belo se todos os seus membros são graciosos; e julgamos que um ser humano é feio mesmo se apenas um de seus membros for deformado. (…) [U]m ato bom pode se tornar mau, já que ser mau em algum aspecto é suficiente para o ato ser mau, não sendo necessário que o ato seja integralmente mau”. (S. Tomás de Aquino, “On evil”, p. 107, disponível para visualização parcial em

http://books.google.com/books?id=dhDLc4V12EkC&pg=PA107&lpg=PA107&dq=%22integral+good%22+%22integral+cause%22&source=web&ots=wwt3jN-vdu&sig=bxXsWkSCtlnESHQ6l3eFjiBLUPA#PPA107,M1 )

Ou seja, não é porque uma coisa tem um aspecto bom que ela é boa. Para ser boa, é preciso ser integralmente boa. Um pecado se avalia pela matéria, circunstância e intenção. Se a matéria e a circunstâncias forem honestas, mas a intenção desordenada, o ato é integralmente mau. Se uma pessoa tem um só pecado mortal, e várias outras ações (naturalmente) boas, a pessoa ainda assim é condenada ao inferno. Mesmo no caso de restar só um pecado venial misturado com várias outras ações (sobrenaturalmente boas), o pecador tem de passar pelo purgatório.

Como o protestantismo tem alguns elementos verdadeiros, mas muitos falsos, ele é falso. O mesmo se diga dos “ortodoxos cismáticos”.

Veremos, na próxima ocasião, como o princípio do bem integral se aplica à Igreja.

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